Joe Miguez, professor de Criatividade do Criative Problem Solving Institute, da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, acha que a palavra «labirinto» pode ter um significado diferente — contrário, na verdade — daquele ao qual você está habituado. Um labirinto, no dicionário e nas nossas cabeças, é um lugar onde alguém se perde. Porém, para Joe Miguez, labirintos são instrumentos para que as pessoas se encontrem. Há cinco anos, ele dá um curso de Experiência Labiríntica, no qual usa labirintos para ensinar executivos e consultores, entre outros, a resolver problemas na vida e no trabalho. O curso, que dura um único dia, das 8 horas da manhã às 4 horas da tarde, é itinerante e acontece, em média, seis vezes por ano. Só tem uma data e um endereço fixo. Em Junho é leccionado em Buffalo — é tão concorrido que as inscrições têm de ser feitas com três meses de antecedência. No resto do ano, pode encontrar Joe Miguez em qualquer outra cidade, em universidades ou mesmo em empresas.
Mas do que se trata, afinal? O curso consiste numa única tarefa: construir, num campo, um labirinto de 50 metros de diâmetro, com um só caminho, baseado num desenho feito em 1220 no chão da Catedral de Chartres, em França. Para isso, 30 pessoas que não se conhecem recebem uma planta do labirinto, rolos de corda e estacas. E aí começa a confusão. Conhecido nos Estados Unidos como Dr. Labirinto, Miguez explica que há dois tipos de labirinto. Um tem vários caminhos que levam ao centro. O outro, que serve de modelo ao professor, tem um único caminho, em espiral, dando voltas e eventualmente conduzindo até ao centro. «O primeiro é uma espécie de charada com um único objectivo: chegar ao centro e conseguir sair o mais depressa possível», diz ele. «O segundo é uma jornada interior, propícia a reflexões. Apesar de ter só um caminho, muitas decisões têm de ser tomadas para o encontrar.»